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Velhice: uma condição desprezível ou desejável?

Gilmara Bianchine
17/02/2023
A velhice é algo que você só enxerga nos outros ou também se vê envelhecendo? Isso é motivo de medo ou pânico para você?


Vivo numa cidade pequena e turística. A maior parte da população é formada por funcionários públicos e aposentados. Quando cheguei, não precisei de muito tempo para notar duas coisas: a abundante oferta de casas de repouso e a quantidade de idosos pelas ruas. Notei, também, dois tipos de velhice.

Por um lado, percebi a velhice com sabor de solidão, enclausurada num quarto de um grande edifício público ou privado. Há espaços compartilhados com companheiros em situação semelhante. Talvez seja porque já não possuem autonomia e requerem atenção especial. Talvez seja por simplesmente não haver outro lugar em que possam estar.

Há aqueles cuja família não está perto, não tem condições de oferecer cuidados necessários, ou mesmo já não existe. Há os que, no último Natal, receberam centenas de cartas de apoio de desconhecidos, pois o diretor de uma dessas casas publicou um texto no jornal da cidade relatando o estado geral de abandono em que vivem.

Por outro lado, existe a velhice ainda ativa. Inunda como pode as cafeterias, mercados e praças. Pode ser caminhando ou dirigindo, com bengalas, andadores ou mesmo cadeiras de roda, com auxílio ou por conta própria. Encontram os amigos da vida toda, cumprimentam os conhecidos e seguem a rotina a passos lentos, mas constantes. Alguns, bastante vigorosos, empurram carrinhos de bebê ou balanços no parque, por exemplo. São os animados avós que gozam da alegria de participar da vida dos netos.

Em ambas as situações, a soma dos anos passados levou consigo a tonicidade da pele e dos músculos. Além disso, cravou rugas e marcas no rosto e no corpo, desenhou cicatrizes, branqueou cabelos (quando não os levou, também). A vista embaçou, o equilíbrio e a agilidade já não funcionam bem. As dores chegaram e os remédios têm seu horário na rotina. Velhice.

Quem tem medo da velhice?

Já ouvi de alguém que seu medo não era de morrer, mas de envelhecer. Isso não me surpreende. Vivemos num mundo que valoriza a juventude e o imediatismo. Assim, mais assustador que pensar no fim da vida é ser considerado velho. A morte é inevitável, certamente, mas não há maneira de adiá-la ao máximo sem antes chegar à velhice, não é?

Vamos pensar em dois aspectos que podem nos ajudar a entender um pouco desse pensamento temeroso.

Eu pareço velho (a)?

Essa é uma pergunta espinhosa, capaz de gerar vários problemas. A aparência costuma ser o primeiro alvo a que o tempo lança os seus dardos. Vemos as linhas de expressão mais marcadas, as manchas, os fios brancos, que passam de infiltrados a protagonistas. Para cada golpe, há centenas de soluções: injeções, preenchimentos, fios, tintas e até o bisturi.

Já é ruim ter que responder formulários com um número de anos cada vez maior no campo “idade”. Pior do que isso, porém, é parecer ter cada um deles ou ainda mais.

Na era da imagem, de preferência passada por muita edição, é quase impensável envelhecer consciente de que o viço e a elasticidade têm data de validade.

“Não quero depender de ninguém”

Não é necessário chegar à velhice para ouvir ou mesmo dizer essa frase.

Nosso individualismo e autodependência são mais e mais moldados por nossas dores, abandonos, maus exemplos e experiências tristes. A sociedade se retroalimenta de desilusões e cada um se fecha cada vez mais em sua própria força e capacidades.

Imaginar-se idoso, talvez afetado por alguma enfermidade e carecendo da assistência de uma ou várias pessoas para suprir as mais básicas necessidades é uma afronta e algo a ser evitado a todo custo. Passar de um contexto de autossuficiência para um estado de dar trabalho é um fantasma que assombra muitas pessoas.

Fugir ou lutar?

Diante desse cenário, podemos optar por entregar os pontos. Outra opção é lançar mão de todos os recursos possíveis na tentativa de enganar o tempo.

Os que fogem deixam para trás o cuidado com o corpo que Deus nos deu para nutrir e preservar. Não têm nenhum cuidado com a alimentação, com o exercício físico básico para uma boa manutenção da saúde. Dão pouca importância a exames médicos regulares.

Quanto ao aspecto, desistem de qualquer capricho e senso estético. Esquecem-se também da necessidade essencial de manter o cérebro em constante atividade, lúcido e estimulado por desafios.

Permitem-se descambar para desculpas: “Sou velho demais para aprender isso”, ou: “Velho é assim mesmo”. Acomodaram-se à ideia de que por mais que façam algo, serão invariavelmente vencidos, não necessariamente ao final.

Já os que escolhem lutar, por vezes esticam o limite além do equilíbrio. Tornam-se adictos de intervenções. Ir para a academia é prioridade máxima. Estudar sempre e cada vez mais para aumentar o currículo é fundamental. Trabalhar muito para ganhar dinheiro é garantir recursos para o futuro, quando finalmente estarão prontos para desfrutar da vida. Isso, é claro, é porque a velhice ainda não chegou, afinal.

As lições do passado

É interessante observar os exemplos que a Bíblia traz acerca de pessoas em seus anos mais avançados. Abre o leque sobre como podemos envelhecer e como devemos nos preparar para essa fase da vida.

Sobre Abraão e Sara, temos o registro de Gênesis 21.

“Sara concebeu e deu à luz um filho a Abraão na sua velhice, no tempo determinado, de que Deus lhe falara.” (Gênesis 21.2)

O grande patriarca da fé não somente recebeu a promessa de um filho depois dos seus 75 anos, mas viu seu cumprimento ainda mais velho. Sara, apesar da sua incredulidade, deu à luz Isaque muito depois do fim dos seus dias férteis.

Neste ponto, você pode estar balançando a cabeça, pensando que esse é um caso muito específico e as coisas já não são assim. Não estou falando aqui sobre filhos temporãos, mas sobre como Deus escolheu idosos para levar adiante Seu plano. Para Ele, a velhice não é um fator impeditivo para que sejamos úteis nas Suas mãos.

Lemos no Salmo 92:

“Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus.

Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor.” (Salmo 92.14-15)

O primeiro capítulo de Reis já nos narra outra história.

Após muitas guerras e um longo reinado, após ter preparado tudo necessário para a construção do templo, Davi se encontra em situação de grande debilidade. Chegara o tempo de ser amparado e aquecido pelos que estavam ao seu redor. Deus já não tinha planos para ele naquela altura. Lemos em 1Crônicas 29:

“[Davi] morreu em ditosa velhice, cheio de dias, riquezas e glória.” (1Crônicas 29.28)

Pode vir o tempo em que precisaremos descansar no cuidado que Deus provê, seja na dedicação amorosa da família ou nos serviços zelosos de uma clínica.

A boa velhice

Abraão e Davi compartilham do mesmo epitáfio; ambos morreram em boa velhice.

É de grande segurança que a Palavra chame de bom o que o homem tende a chamar de mau. Ela indica o caminho e entrega promessas para chegarmos ao fim dos nossos dias com semelhantes palavras na nossa lápide.

O último capítulo de Eclesiastes, com seu chamado a temermos ao Senhor e cumprirmos Seus mandamentos, é muito útil. Na promessa feita pela profecia de Isaías a Israel encontramos consolo.

“Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei.” (Isaías 46.4)

 

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