Num post anterior, vimos a reação de José diante da tentação: submissão a Deus. Neste post, vamos considerar o resto da história.
Anteriormente, falamos da esposa de Potifar, que tentava José sexualmente. Por muitos dias, ela o tentava, mas ele não cedia. Vimos que José fez isso, não primeiramente por causa de Potifar, nem por conta de sua reputação na casa, mas por seu temor a Deus, para não pecar contra Ele.
A esposa de Potifar, não aceitando a postura de José, continuava a tentá-lo. Certo dia, José saiu correndo da casa, até mesmo deixando atrás a túnica dele, para escapar da esposa de Potifar. Ela, tendo as vestes de José nas mãos, gritou e disse a todos que ele tentara abusá-la. Sem demora, Potifar mandou prender José.
A partir do capítulo 40 de Gênesis, lemos que até mesmo na prisão Deus era com José. José nunca reclamou de Deus, e mesmo ali Deus o fez prosperar, tendo como aliado o próprio carcereiro.
Na prisão, também estavam encarcerados o copeiro-chefe e o padeiro-chefe de Faraó. Ambos tiveram um sonho que José interpretou: em três dias o copeiro-chefe seria restaurado ao seu cargo, enquanto o padeiro-chefe seria morto. José apenas pediu ao copeiro-chefe que falasse bem dele a Faraó para que de alguma forma José saísse daquela prisão, por estar ali injustamente. O copeiro-chefe saiu da prisão, teve seu cargo restaurado e se esqueceu de José. Em tudo isso, porém, José permaneceu em submissão a Deus.
Em Gênesis 41, lemos que dois anos passaram e então Faraó teve dois sonhos. Nem ele nem todos os sábios do Egito conseguiam interpretar esses sonhos. Foi então que o copeiro-chefe se lembrou de José, que foi chamado para interpretar o sonho de Faraó. Até nisso, vemos a submissão de José a Deus:
“Não está isso em mim; mas Deus dará resposta favorável a Faraó.” (Gênesis 41.16)
Deus revelou a interpretação dos sonhos a José: haveria sete anos de fartura e depois sete anos de fome. Com isso, Faraó seguiu o conselho de José para escolher um homem sábio para realizar toda a administração dos mantimentos.
Faraó nomeou o próprio José como governador do Egito. Que grande reviravolta! José, antes odiado pelos irmãos, vendido e preso injustamente, agora se tornara governador do Egito.
José se casou e teve dois filhos, Manassés e Efraim. Na sequência, vemos que passados os sete anos de fartura, os sete anos de fome iniciaram tão intensamente que as pessoas começaram a clamar a Faraó por ajuda. José, outrora considerado traidor do seu senhor, Potifar, agora era visto como confiável a ponto de ser o segundo homem do Egito. José estava em total submissão ao plano de Deus quando estava em desvantagem, e também agora que se encontrava em situação favorável.
A fome era tão grande que até mesmo regiões fora do Egito estavam sendo afetadas, a ponto de Jacó enviar os seus filhos (irmãos de José) ao Egito para comprarem mantimentos. Quando chegaram ali, eles se curvaram perante José, que os reconheceu como sendo seus irmãos e se lembrou do seu sonho dos feixes e das estrelas que se curvaram perante ele (Gênesis 37.5-11).
Fingindo suspeitar dos irmãos, José prendeu Simeão no Egito como garantia até que os outros irmãos retornassem com Benjamim, seu irmão mais novo. O interessante é que a consciência deles começou a acusá-los de que tudo aquilo estava ocorrendo em consequência do que fizeram a José anos atrás.
Agora, quero lembrá-lo de algo: o pecado sempre vai achá-lo! Aquele pecado que você tanto esconde e nunca confessa vai achá-lo cedo ou tarde. Você precisa confessar seus pecados e abandoná-los. Caso contrário, o pecado vai destruí-lo; não há outra forma.
Quando os irmão voltaram a Egito com Benjamim, ficaram tensos com o que estava por vir. Entretanto, José os tratou cordialmente, oferecendo um grande banquete e organizando a mesa por ordem de nascimento dos irmãos. Eles acharam isso muito estranho, mas não ousaram questionar.
Ao se despedirem, José chamou o seu mordomo e disse a ele que escondesse seu copo de prata no saco de alimentos de Benjamim, o irmão mais novo. Lendo isso pela primeira vez, lembro-me de que não entendi o real propósito de José. Contudo, parece-me que José fez o que fez para verificar se houve arrependimento da parte dos seus irmãos pelas suas ações do passado. Será que agora procederiam com Benjamim da mesma forma que fizeram com José anos atrás? Será que com Benjamim em perigo deixariam que o irmão mais novo perecesse, para então livrarem a si mesmos?
Então, Judá, aquele de quem partiu a ideia de vender José, disse as seguintes palavras:
“Porque teu servo se deu por fiador por este moço para com o meu pai, dizendo: Se eu o não tornar a trazer-te, serei culpado para com o meu pai todos os dias.
Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo de meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos.
Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja eu o mal que a meu pai sobrevirá.” (Gênesis 44.32-34)
Então, em Gênesis 45, lemos que José se revelou aos seus irmãos.
“Disse José a seus irmãos: Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito.
Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.
Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita.
Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento.
Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito.” (Gênesis 45.4-8)
Depois disso, os irmãos retornaram até Jacó para chamá-lo para morar no Egito, com toda a sua família.
José reconheceu e proclamou a soberania de Deus em todas aquelas circunstâncias. Vemos José, um servo sofredor, em total submissão à vontade de Deus.
Após a morte de Jacó, os irmãos de José temeram que ele buscasse vingança. Sua resposta, no entanto, foi bem diferente.
“Respondeu-lhes José: Não temais; acaso, estou eu em lugar de Deus?
Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida.” (Gênesis 50.19-20)
José poderia ter se aproveitado da morte do seu pai para se vingar dos seus irmãos, mas ele foi perdoador. De fato, ele perdoou de uma forma que os seus irmãos não conseguiram compreender. Até nós que lemos o relato achamos isso difícil de compreender. Como foi possível que José perdoasse um ato tão cruel? Ele reconheceu a soberania de Deus e mostrou sua submissão a Deus, transformando um mal intento em algo bom.
E você? O que tem para perdoar? Ou será que é você que deve pedir perdão a alguém? Está amargurando alguma coisa?
Saiba que tudo o que houve com você passou pelo plano eterno do nosso Deus. Em oração, sonde seu coração diante de Deus, coloque seu coração em total submissão a Deus. Ele lhe revelará a Sua santa vontade, para que você O glorifique como Senhor da sua vida.
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