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Silêncio e o nosso relacionamento com Deus

Gilmara Bianchine
07/10/2022
Você já parou para pensar sobre o barulho na sua vida? Como isso pode estar afetando o seu relacionamento com Deus?

Amanhece e o silêncio é quebrado.

Os sons de um dia comum

O despertador não deixa esquecer que é hora de se levantar.

A água corre na pia, na descarga, no chuveiro, da torneira para dentro da cafeteira.

Pratos, copos e talheres fazem a dança do café da manhã. Enquanto isso, a faca corta o pão e um eletrodoméstico avisa que terminou o seu serviço.

Ouve-se louça na pia, portas de armário que abrem e fecham, zíperes, botões de pressão, chaves, a porta de casa.

O portão fica entre a partida do motor e os passos apressados para o ponto de ônibus. Este mal freia e já parte.

Na rua, há movimento, buzinas, derrapadas, gritos de ambulantes e flanelinhas.

No local de trabalho, trocam-se cumprimentos. Ouve-se o burburinho de sempre: a impressora, as teclas, as gavetas, grampeadores e cliques.

Do outro lado da janela, dá para ouvir martelos, serras, betoneiras, pás, caminhões de carga e descarga. Vozes de orientação se mesclam ao afã da oficina próxima com os seus costumeiros estalidos.

No fim da tarde, passa-se no mercado. Os carrinhos rodam, as cestas se encaixam numa pilha, o alto falante anuncia a promoção do dia. Ouvem-se todos os bips de todos os produtos de todos os caixas.

O caminho de volta repete a mesma agitação, buzinas, derrapadas e gritos da manhã, até a porta se abrir e fechar mais uma vez. Então, recomeça a lida da cozinha para mais uma refeição e o preparo para o descanso noturno.

O som e o cansaço

Essa é uma perspectiva geral de um dia comum, baseada em apenas um ponto: o barulho. É natural e nasce espontaneamente de todas as ações que compõem o cotidiano. Se acrescentarmos os rumores intencionais de conversas, música, rádio, TV e demais atividades sonoras, concluímos que nunca estamos realmente em silêncio. Será que deveríamos estar?

Nessa grande feira das vaidades que é o mundo, ganha quem brada mais alto. Ganha atenção, tempo, dinheiro, poder, influência, afetos e desafetos.

Nesse correr atrás do vento, grande parte do cansaço que sentimos não é consequência direta do nosso esforço físico. Vem de uma mente estimulada em excesso pelas vozes deste século e de outros. A velocidade com que os fatos e histórias se espalham pelo planeta não tem precedentes. Todo o conhecimento construído ao longo das eras está disponível num clique. O estardalhaço das notícias verdadeiras e falsas que surgem todos os dias, por todos os lados, resulta em mais barulho.

Muitas vezes, então, sem nem perceber, estamos enredados nesse turbilhão, exaustos, com a concentração em frangalhos, irritados. Estamos embrulhados numa capa de falsa produtividade, jactando-nos de sermos pessoas atentas a tudo o que acontece. Por exemplo, quem nunca aproveitou o tempo de limpar a casa para ouvir um podcast? Ou quem nunca se sentou em frente à TV com o celular na mão, zapeando canais e rolando o feed?

É impensável desligar o rádio ou o aplicativo de streaming no trânsito! Mesmo a nossa própria voz ressoa ininterruptamente dentro da cabeça. Fazemos listas de compromissos, lembramos o passado e nos preocupamos com o futuro. Até enquanto dormimos, a narrativa vai se embrenhando nos sonhos e pesadelos!

Deus e o silêncio

No entanto, quanto é que todo esse alvoroço afeta a relação que temos com Deus? Quantas vezes dizemos que o Senhor não responde às nossas orações? Nós, porém, sequer Lhe damos tempo. Mal ficamos quietos para que a Sua Palavra sussurre mansamente as verdades eternas ao nosso coração.

Quantas vezes passamos o limite da reverência ao entrar rindo e conversando no local de culto? Será que é tão urgente o assunto que precisamos cochichar com quem está sentado ao lado, enquanto o pregador expõe a Palavra? Quando é que conversas, ligações e mensagens suplantaram o emudecer de contemplação do Criador em Seu templo?

O silêncio é desejável

Eclesiastes nos lembra da necessidade de equilíbrio quando contrasta riso, dança e fala com choro, pranto e mudez. Os sons de relacionamento com o próximo e com nós mesmos precisam encontrar seu espaço no tempo. Precisam dar lugar ao calar dos ruídos.

Não é sem razão que existem placas próximas a hospitais rogando não buzinar na rua, por respeito aos enfermos. Nos tribunais, onde toda a atenção aos testemunhos e falas é necessária para um bom julgamento, também não se permitem rumores desnecessários.

Maior consciência sobre Deus traz maior silêncio

Jeremias diz que é bom ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor. O profeta junta duas das nossas maiores dificuldades: aguardar e ficarmos quietos. A segunda talvez seja mais difícil. Podemos até aguardar, mas nos custa não falar da espera, não murmurar, não perder uma oportunidade de conversar sobre isso.

Aí está um chorão nos exortando a crermos que resistir à ânsia da palavra é bom. A ele se junta Jó, dizendo que punha a mão à boca quando não tinha mais argumentos diante de Deus.

Precisamos ter consciência de quem Ele é e de quem nós somos, para que entendamos que parte da adoração que Lhe devemos é feita também de silêncio.

A plataforma do relacionamento com Deus é o silêncio

Necessitamos contrição, vergonha pelos nossos pecados, admiração pela Sua grandeza, bondade e misericórdia. Precisamos reconhecer a nossa incapacidade de compreender a Sua sabedoria. Por mais eloquentes que sejamos, por mais canções que possamos compor, existem coisas que só podem ser expressas através da ausência completa de som, a reverência final ante o Ser supremo.

Talvez devêssemos considerar reduzir toda essa balbúrdia externa e interna para nos mantermos sãos e vigilantes, aliviando nossos fardos e os dos outros. Deveríamos baixar volumes, desligar aparatos estridentes, fazer melhores escolhas no que diz respeito ao que e a quem ouvimos. Deveríamos simplesmente escutar o som do silêncio.

 

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