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Saudade: permissível ou pecaminoso?

Gilmara Bianchine
17/06/2022
Com certeza você já deve ter sentido saudade de alguém ou de alguma coisa em algum momento da sua vida. Será que você já buscou saber o que a Bíblia pode ensinar sobre como lidar com essa emoção?


O que é saudade? Veja esta definição:

“[Saudade é a ] lembrança de se haver gozado em tempos passados, que não voltam mais; a pena de não gozar no presente, ou de só gozar na lembrança; e o desejo e a esperança de no futuro tornar ao estado antigo de felicidade.” (Carolina Michaëlis)

Alguma vez você olhou com atenção para os detalhes da sua saudade ou aonde ela o leva? Eu nunca havia analisado mais a fundo esse sentimento até passar por uma mudança, meses atrás.

Comecei a ouvir com regularidade as perguntas: “E o coração? Como vai a saudade?” É claro que antes eu havia sentido falta de pessoas, coisas e lugares. No entanto, a frequência das interrogações me levou a perceber que nunca me ocorrera procurar na narrativa bíblica referências a respeito de pessoas que precisaram lidar com a sensação de deixar algo para trás, essa falta de algo que já não está perto. Tendo a pulga posta atrás da orelha, juntei uma lista não exaustiva de saudosos e suas saudades. Fiz isso não apenas para matar a curiosidade, mas para aprender a lidar com essa emoção.

A saudade que distorce o passado

Puxando a fila estão os israelitas. Caminhavam pelo deserto, entoando uma cantilena sobre o cardápio variado que desfrutavam no Egito.

“Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos.” (Números 11.5)

Era mais do que salivar por uma culinária específica, que não traz em si nada de essencialmente errado. Estavam olhando para trás e enxergando banquetes “de graça”, não escravidão e trabalhos forçados.

Inebriados por alhos e cebolas, começaram a enjoar do sabor do divino maná que lhes caía do céu diariamente. Em vez de seguirem adiante, tinham mesmo era a vontade de fazer meia volta. Que saudade maldita! Distorcia o passado, fazendo-o melhor do que realmente era. Produzia insatisfação com o cuidado de Deus no presente, e ainda ofuscava um futuro de alegria na terra prometida.

A saudade que distorce o presente

Em segundo lugar está Jó, dissertando sobre seu antigo estado de prosperidade, no capítulo 29 do livro de Jó.

Relembrava os meses de outrora: sua família estava unida; seus negócios iam de vento em popa; gozava do respeito de jovens, velhos e nobres. Lembrava quando todos se calavam para que ele falasse e lhe pediam conselhos. Desfrutava de autoridade e vislumbrava dias longos e tranquilos. Todas essas benesses tinham uma só origem, descrita por ele de várias formas: “nos dias em que Deus me guardava” (v. 2); “quando fazia resplandecer a sua lâmpada sobre a minha cabeça”, “quando eu [era] guiado por sua luz” (v. 3); “quando a amizade de Deus estava sobre minha tenda” (v.4); “quando o Todo-Poderoso ainda estava comigo” (v.5).

Ou seja, para Jó, toda a boa condição de que era cercado significava que o Senhor era com ele. Agora, porém, doente, em luto, falido e desprezado, considera-se completamente abandonado. Começa a rememorar, como quem aperta o botão voltar para ouvir repetidamente o mesmo trecho da canção favorita. Que saudade deformada!

Uma saudade boa

Em seguida está um dos filhos de Corá. Expatriado e afastado dos serviços litúrgicos, suspira e se põe a chorar no Salmo 42. Já não passa com a multidão em procissão até a Casa de Deus, com gritos de alegria, louvor e festa. Privado da adoração comunitária, sua alma tem sede, como uma corça tem sede após uma corrida. Sua pergunta é uma só:

“Quando irei e me verei perante a face de Deus?” (Salmo 42.2)

Que saudade bem-aventurada!

Uma saudade terna

No fim desta lista está Paulo. Encontrava-se preso e distante dos amigos, irmãos e colaboradores no evangelho que viviam em Filipos. Envia-lhes uma carta cheia de notícias, encorajamento e recomendações, num texto vivo e transbordante de afeto, expondo uma saudade recíproca e afortunada.

Quatro formas para lidar com as emoções

Vimos aí dois exemplos negativos e dois positivos do que o sentimento de falta é capaz de produzir em nós.

Podemos experimentar todo o cuidado de Deus, tirando-nos de uma situação desfavorável para uma situação benéfica. Podemos contar com a Sua graça e misericórdia. Ainda assim, podemos nos aferrar a lembranças embaçadas do passado, enchendo-nos de insatisfação e incredulidade.

Por outro lado, chegando momentos de provação e angústia, evocar dias prósperos como chancela da aprovação divina é armadilha cruel. Dias sombrios também são do Senhor. Ao nos esquecermos disso, colocamos lenha na fogueira da ingratidão e afrouxamos a nossa confiança na Sua bondade.

Já ao tomarmos por modelo o salmista, mudamos completamente o foco. Encontramos um coração anelante pela presença santa e pela comunhão. Sua visão não estava ajustada para circunstâncias nem para estados passados, bons ou ruins, e sim para nosso fim primordial, a adoração, que resulta em esperança inabalável.

Ao olharmos para o apóstolo e seus amigos, vemos um extrato da edificação do corpo de Cristo. Eram regados pela verdade da Palavra; havia cooperação mútua, apesar da distância. Mesmo privados da presença física, eram fortalecidos na mesma graça, extravasando em louvor à glória de Deus.

Conclusão

Percebemos, então, que a saudade nos leva tanto para um distanciamento do Senhor quanto para mais junto dEle, dependendo do seu objeto. Serve como instrumento de ação de graças ou de rebeldia. Serve como meio de satisfação em Cristo ou de confiança em nós mesmos e nossas definições daquilo que é bom.

A saudade é uma boa contadora de histórias, mas também pode ser uma boa pregadora de peças. Senti-la é legítimo, desde que submetida ao peso do que sabemos: o Senhor é nosso Pastor e nada nos faltará.

 

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