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Honra aos irmãos, consequência do amor

Diego Venancio
19/01/2020
Honrar é valorizar. Está é a recomendação de Paulo, preferir os irmãos em honra, colocá-los em primeiro lugar.


O apóstolo Paulo, no livro de Romanos, nos faz uma recomendação para preferirmos uns aos outros em honra.

“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Romanos 12.10)

Preferindo-vos em honra

Vamos definir esse termo “preferindo-vos”. A palavra grega usada, que foi usada na tradução para o português é “proēgoumenoi”. Ela refere-se ao preço estabelecido para um artigo depois de feita uma avaliação.
Por exemplo: você tem um relógio e faz uma avaliação dele. Até então, você não sabia que esse era um relógio raro e tratava-o com certo desprezo. Agora, feita a avaliação, você descobre que ele tem valor, e um valor alto. O seu tratamento para com aquela peça rara agora será de estima, de carinho, de cuidado para com aquele bem que, agora, é precioso.
Paulo usa esta palavra para se referir ao modo como os irmãos de Roma deveriam se tratar.

Amando como irmãos

Inicialmente, no versículo, ele os estimula a amarem-se como irmãos, como se fossem membros da mesma família. Esse é o laço que se deve ter entre os crentes de uma Igreja: amarem-se como irmãos. Aliás, os nossos laços afetuosos devem ser maiores do que os de nossos familiares, pois o Evangelho e a Palavra de Deus divide até familiares, separa pais de filhos, separa irmãos de irmãos. Os nossos laços afetuosos dever ser maiores com os irmãos na fé justamente porque, na congregação, temos uma união em Cristo, uma união na verdade plena.
A Igreja, portanto, é mãe para os órfãos, é filha para aqueles que não tem filhos, é irmã para os solitários. É nesse sentido que Paulo começa criar esse ambiente de virtudes que devemos encontrar na vida da Igreja de Cristo.
Portanto, assim como o relógio tinha um valor inesperado e, por isso, conseguiu o respeito, a admiração e o zelo de seu proprietário, devemos ter respeito, admiração e zelo na nossa relação com os nossos irmãos.
A nossa relação com o nosso irmão deve ser sempre buscando a valorização, sabendo que ele possui dons e características dadas, exclusivamente, por Deus. Buscando essa disposição de espírito, teremos, inevitavelmente, respeito pelo irmão, honrando-o e valorizando-o.

Reverência e respeito

Então, o expressão “Preferindo-vos em honra uns aos outros” contém a ideia de reverência e respeito. E isso, naturalmente, determina o nosso comportamento em termos de tratamento.
Outras possibilidades são levantadas por alguns comentaristas. A palavra também pode significar “ir antes”, “liderar”, “mostrar o caminho”. E isso pode ser interpretado de duas maneiras.
Uma é que Paulo está dizendo que, às vezes, mostramos respeito por outros caminhando adiante deles, por assim dizer. Mostramos a nossa deferência tomando a frente e abrindo a porta para eles, “preferindo-os” deste modo. Demonstramos a nossa honra a eles preparando o seu caminho. Essa é uma parte do sentido. A outra, é entendendo que a palavra significa tomar a dianteira na manifestação de respeito. É certificar-se de que você seja sempre o primeiro a prestar honra à outra pessoa. Vá adiante da outra pessoa para demonstrar o seu desejo de respeitar e honrar uns aos outros.
Entendemos, então, que esse é todo o significado daquilo que é “Preferindo-vos em honra uns aos outros”.

A Morte da Vontade

Este ponto que estamos estudando hoje, o do “Preferindo-vos em honra…”, faz parte de todo o contexto deste capítulo. Lembremo-nos como Paulo inicia esse capítulo:

“Portanto, irmãos, exorto-vos pelas compaixões de Deus que apresenteis o vosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12.1)

Estávamos perdidos, vivendo a nossa vida como queríamos até que Deus nos chamou. Ele nos chamou, nos transformou para um determinado fim. O fim que Deus deseja de nós é a morte da nossa vontade. O nosso corpo não serve mais a nossa vontade, mas é entregue a fim de servir a Igreja de Cristo. Nós o entregamos como sacrifício, porque sacrificamos o nosso modo de fazer as coisas para fazermos do modo de Deus.

Mente renovada

O versículo 2 diz, também, que não devemos ter a mente do mundo, mas devemos ter a mente renovada no conhecimento da vontade de Deus.

“E não vos amoldeis ao esquema deste mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2)

Ou seja, entregamos os nossos corpos, não cegamente, mas de maneira consciente. Deus vai nos dando entendimento do propósito para o qual fomos separados.

Esvaziando-se de si mesmo

E logo no versículo 3 ele diz:

“Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo mais do que convém; mas que pense de si com equilíbrio, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” (Romanos 12.3)

Por isso, o nosso tema de hoje não está desconectado do todo. Paulo nos apresenta que o pensar muito sobre nós mesmos é um grande problema. É isso que nos impossibilita de aplicarmos essa verdade na Igreja. E a falta dessa verdade tem causado verdadeiros estragos nela.
Vemos brigas e mais brigas causadas por egos inflados, por pessoas que pensam que as suas opiniões ou o seu modo de fazer as coisas é o único caminho. Eles são os chefes, os “ungidões”, caciques que impõem as suas vontades, muitas vezes duvidosas quanto a retidão doutrinária, à Igreja de modo a subjugá-la, destruindo o espírito de honra ao próximo.
Por que a realidade apresentada por Paulo é tão difícil de colocar em prática?
Esse é um assunto recorrente. O fato de pensarmos demais em nós mesmos, naturalmente nos leva a uma diminuição do próximo.

Alertas contra a soberba

Em 1 Coríntios 4, nos versículos 6 e 7, Paulo aponta este problema.

“Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro.
Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (1 Coríntios 4.6–7)

Os versículos, de 18 a 21 também nos alertam.

“Alguns se ensoberbeceram, como se eu não tivesse de ir ter convosco;
mas, em breve, irei visitar-vos, se o Senhor quiser, e, então, conhecerei não a palavra, mas o poder dos ensoberbecidos.
Porque o reino de Deus consiste não em palavra, mas em poder.
Que preferis? Irei a vós outros com vara ou com amor e espírito de mansidão?” (1 Coríntios 4.18-21)

Divisão na Igreja

Como pode ver, Paulo tem que lidar, fortemente, com esta questão em Corinto. Essa Igreja estava dividida, uns diziam que eram de Apolo, outros de Paulo e outros que eram de Cristo. Ou seja, Paulo e Apolo estavam sendo avaliados pelos corações orgulhosos daqueles irmãos que os viam como se estivessem, cada um, em uma missão separada. Mas Paulo afirma que ele e Apolo faziam parte do mesmo propósito.
Em 1 Coríntios, Paulo escreve:

“De fato, ouve-se que há imoralidade entre vós, e imoralidade do tipo que nem mesmo entre os gentios se vê, a ponto de alguém manter relações sexuais com a mulher de seu pai.
E estais cheios de arrogância! Não devíeis, pelo contrário, lamentar e expulsar do vosso meio quem cometeu isso?
Embora eu esteja ausente fisicamente, estou presente em espírito, e já julguei quem fez isso, como se estivesse presente.” (1 Coríntios 5.1-3)

A questão em Corinto era maior do que apenas suportar um pecado escandaloso dentro da Igreja. Além de tudo, eles, ainda, eram ensoberbecidos.
Vejam que a soberba, o orgulho, uma auto avaliação superestimada, impedem a honra alheia. É como a visão que Adão e Eva tiveram do fruto proibido. Possuídos pelo desejo de ser como Deus perderam a capacidade de avaliar a verdade e cometeram o ato de desobediência. Podemos, também, comparar ao mito de Narciso que quando conhece o seu próprio rosto fica de tal modo apaixonado que perde a capacidade de avaliar as outras coisas. Ele não leva em conta as outras pessoas e por fim cai morto, pois só sabe olhar para si mesmo.
Assim é o pecado. Ele nos tira a condição de avaliar o outro, em honra, de maneira correta. Não avaliamos a nós mesmos de maneira correta pois estamos em tamanha evidência que os outros somem diante de nós.

Na Igreja de Filipos

Este assunto é tão grave que levou Paulo a abordá-lo de diferentes maneiras, em diversas cartas.
Na carta aos filipenses, ele aborda assim:

“Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias,
completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento.
Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.
Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.” (Filipenses 2.1-4)

O que Paulo está tentando inculcar em nós através do “Preferindo-vos em honra uns aos outros” é o seguinte: não há lugar para orgulho na vida cristã. É com isso que ele está preocupado. Nunca devemos nos encontrar culpados por causa do orgulho.
É isso que aprendemos quando Jesus aponta no sermão do monte:

“Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o reino do céu.” (Mateus 5.3)

Não há espaço para orgulho, para a auto-justificação.

Visão antropológica de Romanos

Estamos sendo chamados, primeiramente, a ter uma correta visão de nós mesmos. Encontramos Paulo dizendo, em 1 Coríntios 15.8-9, que ele é o derradeiro de todos os apóstolos.
Em Efésios 3.8 ele se chama de “o menor de todos os santos”. Isso não é falsa modéstia, é uma verdade antropológica.
A carta aos Romanos, a partir do capítulo 12, coloca em prática tudo o que foi ensinado até o capítulo 11.
Qual é a visão antropológica da carta aos Romanos? Quem é o homem?

Merecedores da ira divina

Em Romanos 1, o homem é aquele que deve receber a ira de Deus pela sua perversão, pois não reconhece, naturalmente, a Criação de Deus. Não damos glória a Ele. Ao contrário, temos uma visão deturpada da nossa sexualidade, na nossa natureza, das nossas relações e desprezamos o conhecimento de Deus para a nossa recuperação.

A falta de entendimento da lei

Em Romanos 2, praticamos exatamente as coisas que condenamos nos outros. O nosso julgamento é obtuso, cego; somos tapados no entendimento da lei e para o que ela aponta.

Não há quem faça o bem

Em Romanos 3, não somos justos. Nenhum homem é justo; nem judeus, nem gentios. Todos nos extraviamos e nos fizemos inúteis porque não há quem faça o bem.

Necessitamos de fé

Em Romanos 4, somos aqueles que necessitam de fé, uma fé como a de Abraão, para crermos.

O amor de Jesus

Em Romanos 5, Jesus prova o seu amor para conosco quando ainda éramos pecadores.

Tudo pela graça

Em Romanos 6, recebemos a graça e agora temos uma nova natureza contra o pecado. Morremos para o pecado em Cristo e com ele fomos ressuscitados para a nova natureza.

Não conseguimos fazer o bem

Em Romanos 7, somos miseráveis seres divididos tentando fazer o bem mas não conseguimos ver essa realidade nos nossos corpos pecaminosos.

A carne contra o espírito

Em Romanos 8, a carne milita contra o Espírito. Quem está na carne não pode ter comunhão com o Espírito.

Filhos de Abraão, filhos da fé

Em Romanos 9, somos filhos de Abraão, pois somos filhos da fé, salvos dos pecados pela vontade de Deus, preparados para a salvação como vasos preparados para uso em honra.

A obra de Cristo

Em Romanos 10, somos dependentes da obra de Cristo, perante a lei. Somos levados a confessar Jesus como Senhor, crer no coração que Deus o ressuscitou dos mortos e essa é a demonstração da nossa salvação, a nossa profissão de fé.

Gentios salvos pela graça

Em Romanos 11, Paulo se mostra encantado com a verdade de Deus. Deus se manifesta aos judeus. Alguns podem a vir a se arrependerem, mas não como nação. Agora, os gentios são salvos pela graça.

Conclusão

Ao observar essa maravilhosa doutrina que revela a nossa pobreza mas, também, revela o maravilhoso poder de Deus, Paulo diz, ao final do capítulo 11:

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.33-36)

Agora, Paulo nos desafia: entregue o seu corpo e a sua mente em sacrifício ao Senhor. Lembre-se de quem você é. Não há motivo para orgulho, arrogância ou soberba. Só mortificando o “eu” podemos colocar nosso irmão em posição de honra. Portanto, agora, coloque o seu irmão como superior, numa condição de honra, de respeito e dignidade.
Que Deus nos ajude a viver essa realidade de maneira plena.

 

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