O famoso adágio popular “Maria vai com as outras” comunica a ideia de conformidade. Dizem que a expressão se deve à mãe de Dom João VI, a rainha Maria I, a Louca. Ela não podia mais sair de casa sozinha, por vontade própria; sempre saía com outras (suas damas de companhia). Elas a amparavam e guiavam, cuidando dela porque tinha enlouquecido.

Portanto, a expressão se refere àquela pessoa que não tem a capacidade de discernir as coisas por si mesma. Então, em conformidade, ela segue o comando dos outros.

A tentação da conformidade

Assim, em nossos dias, essa forma de proceder tem sido bastante tentadora. Com o advento das mídias sociais, o desejo de ser benquisto faz com que muitos jovens cristãos adequem seus pensamentos ao que está sendo aceito pela maioria.

Por isso, há uma flutuação de convicções que podem passar de um lado para o outro, de acordo com o grau de aceitação delas. É uma geração de conformidade, uma geração que quer estar bem no que diz respeito à aceitação geral.

Fazer parte do grande grupo traz um sentimento de inclusão, de não ser minoria. Então, na concepção desses jovens, minoria significa fracasso e muitos têm aceitado essa falácia. Entretanto, a história do cristianismo nos mostra exatamente o contrário. O Reino de Deus sempre prevaleceu a partir daquilo que parecia insignificante e por meio da minoria.

O desafio da firmeza

Isso tudo me remete à história de Noé. O texto das Escrituras Sagradas testemunha sobre ele da seguinte forma.

“Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.” (Gênesis 6.9)

No entanto, o mais impressionante é sabermos que Noé mantinha essa integridade em meio a uma geração devassa e ímpia.

“Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração.” (Gênesis 6.5)

A partir dessas informações entendemos imediatamente algumas coisas sobre Noé. Provavelmente era um homem vivendo à parte da aceitação geral. Talvez fosse visto como uma pessoa esquisita. Sem dúvida, muitos o achavam louco e infeliz.

Contudo, sabemos que no meio daquela geração perdida, Noé não se deixava ser tentado pela conformidade. Ele vivia de maneira agradável ao Senhor.

“Porém Noé achou graça diante do SENHOR.” (Gênesis 6.8)

A aprovação de Deus

Isso nos faz pensar no que realmente vale a pena. Devemos viver em conformidade de forma que agrade à maioria ou de forma que agrade somente a um, Deus?

Tenho visto muitos jovens cristãos perdendo o foco. Em vez de serem agradáveis somente a Deus, vivem em conformidade para serem aceitos pela maioria. Assim, esses irmãos têm se rendido a ideologias que ferem diretamente o evangelho.

Fazem tudo isso para não se sentirem inferiorizados por uma fé simples que lhes parece humilhante diante dos intelectuais, sociólogos, cientistas ou psicólogos. Talvez façam isso para não serem vistos como fanáticos religiosos alienados.

Então, nossa grande provação é permanecer com Deus apesar da euforia da multidão. Por isso, temos que dar ouvidos aos sussurros do Espírito Santo enquanto o coro quase ensurdecedor do mundo nos chama incessantemente.

Portanto, eu rogo a Deus que você, jovem, ouça a voz somente do supremo Pastor.

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.” (João 10.27)

Não viva em conformidade com o mundo, não seja uma “Maria vai com as outras”. Vá com Jesus e Seu evangelho, e pode ter certeza de que você não estará sozinho.

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