A Bíblia é mesmo um livro fantástico e é seguramente a Palavra de Deus para nós. Em momentos onde precisamos tanto de segurança, em meio a tanta instabilidade, a Palavra de Deus vem como um bálsamo a curar as nossas feridas e encher os nossos corações de alegria.
Quero apresentar a você hoje o Salmo 4.
“Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.” (Salmo 4.1)
Primeiramente, repita essas palavras como uma oração ao nosso Deus caso o seu coração esteja angustiado.
Nós também estamos vivendo tempos de incertezas: a justiça do nosso país, a vacina para imunizar do vírus que assola o mundo, a falta de trabalho com essas quarentenas malucas impostas por governantes com interesses escusos. Onde está aquela segurança das coisas ordinárias? Já não era fácil ganhar a vida, diante desses desafios. Como fica o nosso coração agora?
O salmista nos ensina a primeira lição: busque ao Senhor. Humanamente, não vemos solução para esses problemas. No entanto, Deus está vendo, Deus está dirigindo, Deus está movendo as circunstâncias. Toda a história está em Suas mãos.
O Senhor nos ouve e nos dá alívio. Aquele desespero que pode sondar a nossa mente e o nosso coração some, pois sabemos que tudo repousa e depende somente de um gesto do nosso Senhor Deus. Apresente ao Senhor Deus os seus medos, os seus anseios. Conte a Ele as suas inseguranças. Busque a Deus para dizer que a sua segurança está somente nEle.
“Ó homens, até quando tornareis a minha glória em vexame, e amareis a vaidade, e buscareis a mentira?” (Salmo 4.2)
Nesse trecho, temos a afirmação de que os homens não sabem o que é bom. Eles desprezam a Deus e começam a andar em sentido oposto àquilo que Deus ordena.
Os homens são maus, naturalmente maus. Por causa do pecado, distorcem a imagem e a glória de Deus presentes neles ao praticarem o mal e se distanciarem de Deus. Quanto mais longe de Deus, mais o chão deles fica escorregadio.
Eles se tornam amantes de si mesmos, vaidosos, que buscam o seu próprio bem e amam a mentira. Só em Cristo nós encontramos a verdade e temos a condição de amar a verdade.
Para nós, a verdade é uma Pessoa, em quem reside toda a sabedoria. Amar a mentira é agir contra Deus e empreender uma batalha contra o Senhor Deus.
O salmista observa que a maldade dos homens é a causa do seu sofrimento. Ah, será que não podemos dizer o mesmo ao Senhor hoje? “Senhor, pela ganância, pela soberba, por amarem a mentira, estamos padecendo às mãos dos homens.”
Nossa segurança não está posta em homens.
“Sabei, porém, que o SENHOR distingue para si o piedoso; o SENHOR me ouve quando eu clamo por ele.” (Salmo 4.3)
Vale a pena permanecer caminhando em justiça, porque temos a quem recorrer. Somos guardados por Deus.
Deus faz diferença entre os Seus santos e os ímpios. O livro de Salmos é marcado pela dualidade entre justos e ímpios. No Salmo 1, isso é muito evidente em todo o capítulo, que termina assim:
“Pois o SENHOR conhece o caminho do justo, mas o caminho do ímpio perecerá.” (Salmo 1.6)
O Senhor destaca os piedosos e os protege; Ele os guarda como sendo Seus. Deus atende as orações desses santos. A pergunta que fica é: você crê que Deus atende as suas orações?
“Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai.
Oferecei sacrifícios de justiça e confiai no SENHOR.” (Salmo 4.4-5)
O salmista nos dá um grande conselho aí. As injustiças do nosso país, as barbaridades do nosso STF, os desmandos de governadores tiranos e toda a instabilidade que os dias atuais apresentam nos deixam irados, querendo justiça a todo custo. E o salmista diz: “Irai-vos”. É como uma testificação de que a ira é valida, ela pode ser algo autêntico.
Não é errado ter ira. Contudo, existe um modo correto de se irar. Existe um modo de nos irarmos sem pecar. Esse modo é de nos irarmos, mas termos uma boa consciência de que tudo está debaixo da ordem de Deus.
A ira pecaminosa vai despertar desejos de morte, desejos de atentar contra o bem alheio, ou até atentar contra si mesmo. Todavia, a maneira correta de se irar é irar-se sabendo que toda a justiça perfeita virá das mãos do nosso Senhor Deus. É nisso que reside a nossa segurança.
Por isso, o salmista diz: “Consultai no travesseiro o coração e sossegai”. Ora, no travesseiro você está a dormir, não está a pegar em armas! Nesse momento de silêncio, onde você deve ter paz, chegue à conclusão de que a justiça vem do Senhor e no tempo oportuno Ele castigará toda a maldade.
No versículo 5, é como se ele dissesse: “Ande retamente perante o Senhor, lutando debaixo do poder do Espírito, vencendo os pecados, e quanto àquilo que você não pode fazer, confie no Senhor”.
É simples assim!
Agora, se a sua fé está por algum motivo abalada, caso haja alguma dúvida, fortaleça a sua fé. Caminhe em retidão, purifique-se dos seus pecados, principalmente daqueles pecados conscientes. É verdade que não é a nossa justiça que é contada para o nosso relacionamento com Deus, e sim a justiça que nos é imputada – a justiça de Cristo, o nosso Salvador. Entretanto, precisamos exercitar a vida cristã, não cedendo ao pecado, lutando contra ele e pedindo auxílio ao nosso Deus para vencermos essas batalhas.
A nossa segurança está em Deus, que nos dá a vitória sobre o pecado, e isso permite que tenhamos canal aberto para as nossas orações.
“Há muitos que dizem: Quem nos dará a conhecer o bem? SENHOR, levanta sobre nós a luz do teu rosto.” (Salmo 4.6)
Só podemos conhecer o bem e todas as virtudes porque um dia Deus as revelou a nós.
O mundo aqui se finda na morte; pelo menos esse é o pensamento de quem não crê em Deus. No entanto, como é que alguém que não crê em Deus pode crer nas virtudes? Por que viver uma vida em busca de uma verdade sem a referência dAquele que detém todas as virtudes no Seu próprio ser?
Só podemos conhecer o bem se Deus nos revelar isso. E isso foi revelado perfeitamente na Pessoa e obra de Jesus Cristo, o nosso glorioso Redentor.
Veja a beleza do texto abaixo:
“Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.
Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.
Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados;
perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos;
levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.” (2Coríntios 4.6-10)
Nós, que vivemos uma vida comprada por Cristo, agora vivemos nessa promessa, a promessa de que nada nos derruba, pois a nossa esperança está posta em Cristo. Sabemos que toda a tribulação é uma honra para nos tornar mais parecidos com o nosso Mestre.
“Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando lhes há fartura de cereal e de vinho.
Em paz me deito e logo pego no sono, porque, SENHOR, só tu me fazes repousar seguro.” (Salmo 4.7-8)
A alegria dos homens maus é fugaz. Ela vai passar; ainda que pareça demorar, ela vai ter um fim trágico.
Nossa alegria, porém, não depende de circunstâncias. Ela é sólida, porque está alicerçada numa Pessoa eterna que venceu a morte e é o Criador de tudo o que existe. Nada pode roubar a nossa alegria.
Além do mais, a nossa alegria é maior – maior do que a alegria deles quando eles têm tudo do bom e do melhor, tudo o que o dinheiro pode comprar. Nossa alegria hoje mesmo já é maior do que a dos ímpios.
Temos segurança e deleite no Deus da nossa salvação.
No último versículo temos paz para deitarmos, porque sabemos que Deus nos dá toda e completa segurança. É por isso que O buscamos em oração, e mesmo diante da tormenta, conseguimos repousar seguros.
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