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A Igreja de Cristo é santa

Diego Venancio
24/11/2019
O crente verdadeiro vive em santidade e tem prazer nela. A Igreja de Cristo é formada pelos que amam a santidade.


Vamos abordar, hoje, um texto bastante conhecidos de 2 Coríntios. Vamos falar sobre como a Igreja de Cristo é santa.

11 “Para vós outros, ó coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração.
12 Não tendes limites em nós; mas estais limitados em vossos próprios afetos.
13 Ora, como justa retribuição (falo-vos como a filhos), dilatai-vos também vós.” (2 Coríntios 6.11-13)

O contexto

Primeiramente, preciso explicar um pouco do contexto desses versículos.
No versículo 11, Paulo diz que está aberto aos coríntios, falando a eles a verdade, ensinando o que é correto, doando-se em afeição e verdade. Ele sabe que, na Igreja, existem falsos mestres que desejam colocá-la, novamente, num jugo já abolido, o jugo da lei. Por isso, Paulo  explica, com clareza, que a salvação é pela graça, manifestada na pessoa de Cristo.
Percebe-se, nesse fato, que havia uma grave dissonância entre o ensino de Paulo e o ensino desses falsos mestres, ou falsos apóstolos, na Igreja de Coríntios.
Paulo ama essa Igreja e apela para que eles o recebam, que não se fechem, pois ele traz a mensagem da reconciliação. E essa reconciliação é muito importante, tanto que terminou por trazer, para junto de Deus, uma Igreja tão problemática como essa igreja de Corinto.
Seria estranho se Paulo tivesse dito:
“Eu sou o mensageiro da reconciliação de Deus com o mundo, através de Cristo. Então tomem essa mensagem e se virem.”
Não foi isso que ele fez! Pelo contrário, Paulo ama a Igreja de Corinto e deseja que eles abram os seus corações para receber não só a ele mas, também, a sua mensagem. Podemos ver isso nesse texto acima, de 2 Coríntios.
Nós todos conhecemos esse sentimento que Paulo apresenta aqui. Ele diz: “alarga-se o nosso coração” e pede à igreja “dilatai-vos também”.  Claramente, Paulo quer sentir o afeto, o cuidado e o amor dessa Igreja.
Quando nos encontramos com os nossos amigos, aqueles que nos são queridos, os abraçamos sem defesas. Como costumamos dizer, abraçamos “de coração aberto”. Mas ao nos encontramos com alguém por quem temos algum desafeto ou ressalvas, o nosso coração se contrai, se fecha.
Pois Paulo sentia que a Igreja de Corinto tinha essa retração em referência a ele. Ele pede que isso mude, pois ele traz a melhor mensagem, o melhor ensino para a Igreja.

A divisão nas Escrituras

Agora, acontece uma coisa bem peculiar.
O texto bíblico original não possui aqueles títulos em negrito que costumamos ver em nossas Bíblias. Também, não possui divisões em capítulos e versículos e nem pontos finais, virgulas, pontos de interrogação. Nada disso. O texto original é espremido em grego, uma palavra colada à outra, sem espaços.
Os tradutores tiveram que pegar esse texto, buscar o seu sentido. E começaram a organizar o texto bíblico em capítulos e versículos. À medida que foram compreendendo o texto, foram acentuando e organizando até chegar na forma da Bíblia que conhecemos hoje.
Digo isso tudo porque o trecho, a seguir, parece uma intersecção, parece um assunto inserido ali, diferente do assunto que vinha sendo desenvolvido até esse ponto.
Reparem que no versículo 13, Paulo termina falando sobre os coríntios o acolherem em seus corações. Em seguida, no versículo 14, começa a falar sobre o jugo desigual e a busca da santidade. Esse assunto vai até o primeiro versículo do capítulo 7.
Então, perceba que as divisões não são perfeitas, pois esta ideia, do jugo desigual, deveria ter sido concluída no capítulo 6. Penso que os tradutores erraram na divisão, colocando esse assunto até o versículo 1 do capítulo 7.
Mas, no versículo 2 capítulo 7, Paulo retoma o assunto anterior:

“Acolhei-nos em vosso coração; a ninguém tratamos com injustiça, a ninguém corrompemos, a ninguém exploramos.
Não falo para vos condenar; porque já vos tenho dito que estais em nosso coração para, juntos, morrermos e vivermos.
Mui grande é a minha franqueza para convosco, e muito me glorio por vossa causa; sinto-me grandemente confortado e transbordante de júbilo em toda a nossa tribulação.” (2 Coríntios 7.2-4)

Perceberam?
Por isso, alguns estudiosos dizem que este trecho de 2 Coríntios que vai de  6.14 a 7.1 é um trecho inserido da carta “Severa”, que se perdeu. Podemos deduzir isso porque é um assunto que Paulo já deve ter tratado com a Igreja em outra carta, como ele diz em 1 Coríntios 5.9:

“Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros;
refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo.
Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.
Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro?
Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.” (1 Coríntios 5.9-13)

Então, Paulo já havia abordado, em um outro momento, esse assunto ao qual se refere agora.
A primeira carta aos Coríntios, então, na verdade, seria a segunda carta pois a que é chamada de “Carta Severa” já havia sido enviada e se perdeu.

O jugo desigual

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos…” (2 Coríntios 6.14a)

Alguns imaginam que farei uma abordagem sobre casamento, pois essa é a aplicação mais comum dada a este texto. Mas ele não fala nada sobre casamentos!
Vejamos: O que é o jugo desigual?
Paulo pega uma figura do Antigo Testamento e, aqui, faz um aplicação para a Igreja de Corintios.
Em Levítico 19, encontramos:

“Guardarás os meus estatutos; não permitirás que os teus animais se ajuntem com os de espécie diversa; no teu campo, não semearás semente de duas espécies; nem usarás roupa de dois estofos misturados.” (Levítico 19.19)

Em Deuteronômio 22.10-11, que é a repetição da lei, temos;

“Não lavrarás com junta de boi e jumento.
Não te vestirás de estofos de lã e linho juntamente.” (Deuteronômio 22.10-11)

O jugo era um equipamento que se colocava no animal para que ele pudesse puxar o arado e assim preparar a terra. Se o jugo fosse colocado em dois animais de categorias diferentes, o jugo maltrataria, machucaria um animal. Além de machucar, o animal ainda não faria bem o serviço. A lei proibia que isso fosse feito.
Mas o texto continua. Não era permitido se vestir com roupas de dois tecidos diferentes, por exemplo lã e linho. No texto de Levítico diz que não se podia semear com duas sementes de espécies diferentes. O que está por trás dessas leis?
O que Deus buscava, era mostrar ao povo que as coisas concernentes ao povo escolhido dele deviam ser feitas de maneira separada, com ordem, de maneira santa. Isso já apontava para a separação que o povo de Deus deveria manter, em todos os sentidos, em relação aos outros povos.
Não colocar animais diferentes sob o mesmo jugo, não vestir roupas com dois tecidos diferentes ou não semear com duas qualidades de sementes nos mostra que, agora com Paulo, o povo de Deus é santo, separado, sem misturas. É justo, é reto e está debaixo da luz.
Paulo usa uma figura da lei para ensinar o povo que estava “flertando” com a lei. Isso é bastante curioso, não?
Paulo nos traz, agora, um grande ensino.
Porque não andamos conforme a lei? Porque não aplicamos, literalmente, a lei do Antigo Testamento aos nossos dias? Porque ela aponta para uma realidade superior.

A Igreja é santa, separada para um propósito específico

A aplicação que Paulo faz, para a Igreja de Coríntios, é que aqueles falsos mestres, que se diziam muito crentes mas ensinavam o erro à Igreja, na verdade eram filhos de Satanás.
Ora, não é esse o contexto da segunda carta aos Coríntios? Não percebemos que o apóstolo Paulo defende a sua autoridade desde o início desta carta?
A interpretação mais coerente com o texto é de que Paulo desejava que a Igreja se apartasse deste ensino maldito que era dado por aqueles falsos profetas, falsos apóstolos, e recebesse o seu ensino, o verdadeiro ensino de Deus.

Perguntas retóricas

“…porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?
Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?
Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos” (2 Coríntios 6.14b-16)

É óbvio que não pode haver sociedade alguma entre a justiça e a iniquidade. Mas era justamente isso que a Igreja estava fazendo, colocando-se em uma situação impossível e querendo gerar uma falsa sociedade.
A natureza da Igreja é ímpar. Se um ensino desvirtuar a sua mensagem, imediatamente ela deixa de ser a Igreja de Cristo.
Pense na Igreja de Cristo como um dente de leão. Para que as suas folhas não se espalhem pelo vento você precisa cuidar e proteger. No caso da Igreja essa proteção é feita com a perfeita mensagem das Escrituras. Cristo zela pela pureza da sua Igreja e Paulo, como embaixador de Cristo, zela para que essa pureza seja preservada.
Essas perguntas do texto, são retóricas. Paulo, novamente, pega uma representação do Antigo Testamento e faz uma aplicação para a Igreja.
O santuário do Antigo Testamento, aquele construído por Salomão, o templo, agora não existe mais, não tem valor algum. Quando Cristo encarnou-se, “tabernáculo”, tornou-se morada de Deus. Por isso é que Jesus disse que derrubaria o templo e o reconstruiria em 3 dias, porque falava dele próprio.
Jesus fez a transição entre o antigo templo e o novo templo que, agora, somos nós. Deus habita na Igreja, quando estamos reunidos. Não foi isso que Ele disse?

“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” (Mateus 18:20)

Ele quer dizer à Igreja de Corinto algo como: “deixem de se submeter ao ensino que os leva para as coisas do passado. Agora, o santuário de Deus somos nós. Deus habita na Igreja que é o seu povo e não algum lugar feito por mãos”.
Para “engrossar” o seu argumento, no final do versículo 16, Paulo cita novamente o Antigo Testamento e dá uma interpretação a ele.

“Andarei entre vós e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo.” (Levítico 26.12)

Veja como Paulo é inteligente em seu método.
Os falsos apóstolos queriam fazer o povo voltar às velhas práticas. Paulo pega aquelas velhas práticas e dá a verdadeira interpretação, mostrando que a lei sempre apontou para a realidade da Igreja, da santidade, da separação total entre o povo de Deus e os outros povos.
Paulo, então, cita Isaías quando Deus ordena a Israel que deixe a Babilônia descrente e volte para a terra prometida separando-se, assim, de tudo o que era contaminado na Babilônia.

“Retirai-vos, retirai-vos, saí de lá, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, vós que levais os utensílios do Senhor.” (Isaías 52.11)

Paulo arremata, no versículo 7.1:

“Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” (2 Coríntios 7:1)

Concluindo. Paulo orienta a Igreja a separar-se dos falsos crentes, para que os cultos tenham integridade, para que a vida não seja corrompida. Assim, diante de Deus, a sinceridade se manterá intacta e o coração, puro.
As promessas advindas da verdade que é encontrada somente em Cristo são muito superiores a qualquer valor forjado na lei do Antigo Testamento e no ensinos dos falsos mestres.
Poderíamos, hoje, dizer: fujam da teologia do coaching, da salvação pelas obras, dos métodos estranhos de plantação de igreja, de igrejas que só querem comunhão sem o ensino da verdade, dos vídeos motivacionais que colocam a esperança em qualquer coisa que não seja Cristo.

O princípio da pureza

Quando mencionei 2 Coríntios 6.14, falei que o texto não falava sobre casamento. Vocês viram que, realmente, o texto não trata desse assunto. No entanto, o processo de aprendizado com as Escrituras é assim. Nós olhamos para o texto, vemos as aplicações para os ouvintes originais e, a partir daí, extraímos princípios, sempre respeitando a aplicação original.
O que Paulo deseja com o texto é manter a pureza da Igreja. Para isso, pede que os irmãos não se associem com aquilo que os desviem da verdade. Este é o princípio que nós devemos manter. Qual associação pode trazer prejuízo à sua fé, àquilo que você crê e pode prejudicar a sua caminhada fiel diante de Cristo? É a isso que você não deve se associar.
Podemos aplicar, esse princípio, às sociedades nos negócios, por exemplo. Ter um sócio descrente pode fazer com que você venha a agir em desconformidade com a verdade. Então, não deveríamos nos associar ele.
Também podemos aplicar esse princípio a sua vida afetiva. Se você está solteiro e quer namorar alguém que não é crente, pense que haverá algumas situações que o forçarão a fazer concessões que irão de encontro com a verdade. Assim sendo, você não deveria ter tal relacionamento, muito menos se casar com alguém que o forçará a se afastar de um relacionamento saudável com Cristo.
Mantenha a santidade. Separe-se de tudo aquilo que te afaste, ou possa afastá-lo, da verdade. Isso não é moralismo. Não estou ensinando, aqui, “faça isso porque é certo e não faça aquilo porque é errado”. Não.

O que Deus está fazendo

O que eu estou dizendo é que Deus está reunindo, para si, um povo, e está fazendo com que este povo fique, cada vez mais, parecido com Ele. Para isso, Ele mesmo escolhe essas pessoas, Ele mesmo chama essas pessoas, Ele mesmo capacita essas pessoas, Ele mesmo enche de alegria os corações dos que se dispõem a obedecê-lo. Deus enche os seus corações de convicção, de propósito, de sentido na vida.
Se você não faz parte dessa obra feita por Deus, eu lamento porque você só vai entender isso como moralismo ou legalismo. Talvez você até viva uma certa santidade, o que, para você, é um peso. Talvez você não esteja acostumado a abrir mão de coisas ou da sua vontade por causa de Cristo. Lamento dizer, assim sendo, você pode estar dentro da igreja física, mas está fora da Igreja verdadeira. Você não é um dos crentes verdadeiros, apesar de ter a sua presença confundida com eles.

Conclusão

Essa é uma obra do Senhor Deus.
Ore para que Deus converta o seu coração moralista em um coração sincero. Que você tenha um coração que tenha prazer na santidade que Deus exige da Igreja de Cristo.
A Igreja de Cristo é Santa.

 

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