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A beleza e a eficácia da Nova Aliança

Diego Venancio
08/09/2019
Paulo faz uma bela exposição, trazendo um grande ensino, sobre a Antiga e a Nova Aliança em sua segunda carta aos coríntios.


 

No capítulo 3 de 2 Coríntios, Paulo começa a fazer uma defesa do seu apostolado, coisa bastante comum nas cartas aos corintios. No entanto, ao defender seu apostolado, Paulo não deixa de nos trazer um precioso ensino sobre a Nova Aliança feita em Cristo.
Gostaria de fazer uma breve apresentação deste ensino de Paulo.
Paulo é um mestre da retórica e vai construindo, de maneira muito bela, este ensino maravilhoso.

O paralelismo entre a Antiga e a Nova Aliança

Paulo vai construindo, magnificamente, o seu argumento; e, em termos poéticos, usa vez após vez o recurso do paralelismo.

Apresentação do assunto

Vós mesmos sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos” (2 Coríntios 3.2)

Transição

manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações de carne.” (2 Coríntios 3.3)

Aqui, no versículo 3, ele insere a dualidade entre Antiga Aliança e Nova Aliança.

Estabelecimento do assunto

“E é por meio de Cristo que temos tal confiança em Deus.” (2 Coríntios 3.4)

A “tal confiança” remete à retomada do argumento no versículo 12.

“Não que sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se viesse de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de Deus.” (2 Coríntios 3.5)

Sim, é Deus quem nos dá a capacidade de crer.

“Foi ele quem também nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, mas o Espírito dá vida.” (2 Coríntios 3.6)

Paulo nos mostra que foi Deus quem o habilitou a ser “ministro de uma Nova Aliança”. Ele nos faz ver, também, que a lei é incapaz de salvar, quem faz isso é o Espírito.

“Se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa do seu brilho, que estava se dissipando,
como não será de maior glória o ministério do Espírito?” (2 Coríntios 3.7-8)

Aqui, Paulo insere, novamente, a dualidade ou paralelismo, usando a figura de Moisés afirmando que a antiga aliança, gravada em letras em pedras, possuía uma glória, possuía um brilho.  E essa se revestiu de glória que será maior, ainda, através do ministério do Espírito!

“Porque, se o ministério que traz a condenação era glorioso, quanto mais glorioso ainda será o ministério que traz a justiça!” (2 Coríntios 3.9)

A lei aponta e implica em condenação e não salvação. Portanto, a justiça traz maior glória do que a glória da condenação.

“Pois, na verdade, o que foi glorioso deixou de sê-lo, em comparação com a glória extremamente maior.” (2 Coríntios 3.10)

A glória da Nova Aliança ofusca ou apaga a glória da Antiga aliança.

“Porque, se o que estava se dissipando era glorioso, muito mais glorioso será o que permanece.” (2 Coríntios 3.11)

Se o que desvanecia teve a sua glória, muito mais glória tem o que é permanente.

“Tendo, pois, tal esperança, valemo-nos de muita confiança no falar.
E não somos como Moisés, que colocava um véu sobre o rosto, para que os israelitas não fixassem os olhos no restante da glória que se dissipava.” (2 Coríntios 3.12-13)

A autoridade de Paulo sendo restaurada

Paulo é um mestre em construir argumentos de defesa de sua autoridade apostólica apresentando, ao mesmo tempo, algo profundo sobre a Antiga e Nova aliança.
Veja que no versículo 12, Paulo diz que por causa deste argumento, de que a Nova Aliança é muito superior a Antiga Aliança ele tem esperança. E essa esperança dá confiança para que ele fale e traga o ensino necessário àquela Igreja.
E como a Nova Aliança é muito superior a Antiga Aliança, Paulo diz que ensina sem véu.
A autoridade de Paulo é maior do que a de Moisés. Paulo é um representante divino (representante de Cristo) da Nova Aliança. É ele quem está ensinando o povo sobre a profundidade do que representa a Nova Aliança feita no sangue de Cristo.
O que Paulo está acrescentando ao seu argumento é uma interpretação ao uso do véu de Moisés. Moisés usava um véu como símbolo da incredulidade dos israelitas conforme Êxodo 34.

“Quando desceu Moisés do monte Sinai, tendo nas mãos as duas tábuas do Testemunho, sim, quando desceu do monte, não sabia Moisés que a pele do seu rosto resplandecia, depois de haver Deus falado com ele.
Olhando Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que resplandecia a pele do seu rosto; e temeram chegar-se a ele.
Então, Moisés os chamou; Arão e todos os príncipes da congregação tornaram a ele, e Moisés lhes falou.
Depois, vieram também todos os filhos de Israel, aos quais ordenou ele tudo o que o Senhor lhe falara no monte Sinai.
Tendo Moisés acabado de falar com eles, pôs um véu sobre o rosto.
Porém, vindo Moisés perante o Senhor para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado.
Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, viam que a pele do seu rosto resplandecia; porém Moisés cobria de novo o rosto com o véu até entrar a falar com ele.” (Êxodo 34.29-35)

Deus ordena a Moisés que use o véu como símbolo da incredulidade dos israelitas. Mas é bom que entendamos que o povo, de uma maneira geral, era descrente. Mas nem todos os homens de Israel eram descrentes. Pois, se você se lembrar, o versículo 18 do Salmo 119 diz:

“Desvenda-me os olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei.” (Salmo 119.18)

O salmista compreendia o valor e a importância da lei na revelação da perfeita vontade de Deus. Além dele, existia no seio do povo de Israel um número de israelitas convertidos.
Calvino comenta que:

“Assim como já mostrara que o brilho do semblante de Moisés era um sinal da glória da lei, também aqui ele ensina que o véu era um sinal da futura cegueira do povo de Israel.
Uma vez que Moisés representa a lei, por meio de sua recusa de olhar para ele, os judeus prestavam testemunho de que não tinham olhos para contemplar a lei, exceto quando ela estava velada.” (João Calvino)

Só Cristo é capaz de retirar o véu

“Mas a mente deles tornou-se insensível. Pois até hoje, quando ouvem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece e não lhes é retirado, pois somente em Cristo ele é removido.” (2 Coríntios 3.14)

A mente do povo de Israel se tornou fechada para a revelação de Cristo. A luz da glória da lei ofuscava os olhos do povo que não podiam contemplar as verdades contidas nela.
Já no Evangelho, a verdade é revelada na pessoa de Cristo, aquele que contém luz ainda maior, mas cuja pessoa nós podemos olhar diretamente.

“Sim, até hoje, sempre que Moisés é lido, há um véu sobre o coração deles.
Contudo, quando um deles se converte ao Senhor, o véu é retirado.” (2 Coríntios 3.15-16)

Paulo afirma que, ainda hoje, o véu permanece para aqueles que olham a lei, mas não conseguem ver que ela, na verdade, aponta para uma aliança superior, para um plano maior. Aponta para a revelação do Messias, Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado em quem seria realizada a Nova Aliança.
Paulo usa a expressão “há um véu sobre o coração deles”.  Entenda que, na tradição judaica, o coração significa a mente. O judeu entende que o coração é a mente e que os sentimentos são as víceras. O entendimento deles estava com um véu que não permitia que eles compreendessem. Mas só Jesus Cristo é capaz de libertar o entendimento de alguém deste véu.

“O Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade.” (2 Coríntios 3.17)

Paulo arremata confirmando que essa obra é completamente realizada por vontade divina e que essa obra traz liberdade.
A liberdade de Cristo é verdadeira. É a liberdade da lei.

“Pois Cristo é o fim da lei para a justificação de todo aquele que crê.” (Romanos 10.4)

Neste versículo de Romanos, Paulo diz que Jesus Cristo é o fim da lei. Toda a lei, na realidade aponta para Cristo. Em Mateus 5 Jesus afirma que veio cumprir toda a lei.

Não penseis que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.” (Mateus 5.17)

O erro do povo de Israel foi o de querer compreender a lei por sua própria sabedoria e não buscando o Cristo contido na lei, o Cristo para onde a lei apontava. Paulo afirma que a lei servia com aio, como um condutor até Cristo. A lei apontava o problema do homem e este homem devia buscar em Deus a própria solução do seu problema.
Por isso em Cristo há liberdade porque em Cristo a lei é cumprida e assim vemos a completa solução para os nossos verdadeiros problemas.
Agora não precisamos mais de lei alguma pois se estamos em Cristo, não andamos por constrangimento da lei mas por gratidão pela libertação do jugo da lei. Andamos sobre essa glória mais excelente! Mas Paulo, como um mestre da retórica, guarda o melhor para o final.

Somos o reflexo da glória do Senhor

“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor; o Espírito.” (2 Coríntios 3.18)

Imagine-se agora, olhando num espelho e vendo as mudanças que ocorreram na sua vida e que o fizeram frutificar.
Será que você consegue perceber a verdade profunda que Paulo está afirmando aqui? Que nós, os crentes, refletimos, mesmo que por meio de um espelho, ou seja, não em plenitude, em perfeição, mas como num reflexo, a glória do Senhor?
Será que você consegue ter tal confiança no poder da obra desempenhada por Cristo que nos faz chegar tão perto de Deus a pontos de refletirmos a sua glória?
Paulo usa todo o pano de fundo construído nos versículos anteriores. Agora, faz um desfecho lindíssimo.
O povo de Israel não podia, como nação, ver a glória de Deus na face de Moisés. O véu era o símbolo e o impeditivo. Paulo nos revela que esse véu era profético. Ele apontava para a incapacidade da primeira Aliança.
Mas a obra de Cristo é tão mais poderosa, tão mais perfeita, tão gloriosa, que faz brilhar a glória de Deus em nossos próprios rostos de modo a restaurar, de glória em glória a perfeição da imagem de Deus. Podemos olhar diretamente para Deus no rosto do Filho. Essa é uma benção conquistada pela Nova Aliança!
Na Criação, Deus coloca a imagem e a semelhança Dele nos homens. Mas o pecado distorceu essa imagem. A Antiga Aliança não restaurou essa imagem, apenas evidenciou as falhas. Porém, agora, na obra de Cristo, na Nova Aliança, a nossa imagem será um dia completamente restaurada. Hoje estamos em progresso. A obra está sendo realizada de glória em glória.

Moral e ética

Calvino diz que a imagem e semelhança de Deus nos homens significa a capacidade espiritual e a capacidade ética e moral.
No pecado, essas duas coisas ficam desfiguradas. A nossa interpretação daquilo que é espiritual é completamente distorcida. Isso fica evidente na relação do povo de Israel com Deus. Eles tentam cumprir a lei “no braço”, entendendo que Deus queria sacrifícios sem obediência, sem o coração, sem a dependência do perdão de Deus e sem reconhecimento da própria incapacidade em servi-lo de maneira adequada. Essa atitude levaria qualquer homem que assim pensasse a esperar pelo perfeito Mediador, Cristo.
A capacidade moral e ética podem ser entendidas apenas como meras regras convencionais para que se tenha uma sociedade bem equilibrada. Mas isso para Deus é nada!
A verdadeira moralidade e a verdadeira ética para Deus só existe se for obra produzida pelo Espírito. Essa se materializa em cumprir os deveres por gratidão e constrangimento pela pessoa e pela obra de Cristo, realizada na Nova Aliança. O padrão de tudo é Cristo. E para chegarmos nesse padrão, só nascendo de novo, só tendo nova natureza, só participando daquilo Deus preparou para seus santos.

Conclusão

Veja, meu irmão. Que tamanho privilégio e que obra grandiosa é essa onde fomos colocados.
Brilhamos em Seu rosto, ainda que como um reflexo, a glória majestosa do nosso Deus!
O que o povo de Israel perdeu na Antiga Aliança, a Igreja de Cristo recebe em abundância na Nova Aliança.

 

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